A arquitetura do edifício Maison du Savoir, da Universidade de Luxemburgo, é tanto um ícone do futuro como um lembrete do passado. Criado pelo escritório global de arquitetura Baumschlager Eberle como o ponto principal do novo campus da universidade, e construído em cooperação com os arquitetos do escritório local Christian Bauer & Associés Architectes, o prédio impressiona: o projeto arquitetônico combina uma torre de 18 andares com um volume horizontal suspenso em ambos os lados. Os dois escritórios de arquitetura venceram uma concorrência internacional para realizar esse projeto arquitetônico. O que uma vez foi uma usina siderúrgica é agora a peça central da nova Cité des Sciences.
A arquitetura busca construir uma ponte para o passado quando o aço era produzido naquela região. A torre de 18 andares corresponde às dimensões dos antigos fornos siderúrgicos. A sensação de flutuação se dá graças à construção de concreto protendido que se estende do segundo andar para cima.
O campus vem sendo expandido desde a fundação da universidade, em 2003. Esse projeto arquitetônico mais recente abriga a infraestrutura geral: salas de aula, de seminários e dos professores, bem como escritórios administrativos e refeitórios. O grande volume horizontal acomoda as principais áreas comuns de ensino. Ele conecta várias partes do campus, incluindo prédios de faculdades dispostos ao longo de um dos lados.
Elmar Hasler, líder do projeto arquitetônico, explicou: “no interior imaginamos um programa espacial que facilita uma variedade de usos diversos”. A estrutura multiuso possibilita configurações flexíveis.
Os arquitetos projetaram uma rede de caminhos, pontes e espaços abertos que conectam salas de aulas e de professores. Foyers e áreas de descanso proporcionam espaços para encontros casuais. Uma seção aberta que corta o centro dos andares mais baixos da torre proporciona passagem de um lado a outro do prédio.
O acesso aos andares superiores se dá pelas escadarias posicionadas perto da fachada, que trazem luz natural abundante para dentro do prédio. Nas duas extremidades do volume horizontal há um auditório de dois andares suspenso sobre lagos e jardins.
Os arquitetos optaram por uma fachada de camada dupla – a camada interna é responsável pela barreira climática do edifício; enquanto a camada externa envelopa a construção com uma grade de aço, que permite que o nível de visibilidade e a quantidade de luz solar sejam controlados. O alinhamento da grade e das janelas é ajustado de forma a criar o efeito visual conhecido como moiré.
A sombra projetada pela camada de aço dispensa o uso de ar condicionado. De acordo com os arquitetos, isso faz do Maison du Savoir o primeiro arranha-céu da Europa a usar apenas ventilação natural.
“Além disso, esse tipo de malha cria um envelope homogêneo por todo o volume e gera uma abstração forte, enigmática e expressiva para o prédio inteiro”, disseram os arquitetos.
Uma paleta simples de concreto cinza e revestimento preto no teto dominam a arquitetura definindo as áreas do foyer e de circulação. Painéis de madeira e assentos coloridos dão ao auditório uma atmosfera mais intimista.
Segundo os arquitetos, “a seleção de materiais segue o desejo de se criar um mundo interior super autêntico e natural. Isso reflete o espírito de durabilidade, aceitação dos usuários e um design interior de longa duração, não focado em novas tendências”.
Projeto de arquitetura de Baumschlager Eberle e Christian Bauer & Associés Architectes
Local: Esch-sur-Alzette, Luxemburgo
Ano: 2015
Imagens de Eduard Hueber