Conheça os riscos do amianto e a resistência em sua proibição no Brasil.
A recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em substituir o amianto por materiais alternativos não tem surtido efeito no congresso nacional.
Os graves problemas de saúde acarretados através da exploração, beneficiamento e uso do amianto são suprimidos pela argumentação de grupos que defendem seu uso em razão de benefícios sociais e econômicos gerados por sua exploração. Dessa forma, projetos de lei que proíbem o uso deste material e que tramitam no congresso estão emperrados há anos. O fato é que o amianto é um material altamente perigoso que pode acarretar ao ser humano diversos problemas de saúde, entre os quais a asbestose (uma forma de câncer de pulmão).
Em artigo intitulado “Impacto econômico da proibição da utilização do amianto no país” e publicado em novembro de 2010, os autores Ana Lucia Gonçalves da Silva (professora do Instituto de Economia da Unicamp) e Carlos Raul Etulain (professor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp) concluem que a substituição do amianto por fibras alternativas, não nocivas à saúde dos trabalhadores do setor da construção civil e principalmente da indústria (os mais vulneráveis aos graves problemas de saúde associados à extração e ao beneficiamento do amianto), não acarretaria prejuízos econômicos ao Brasil.
Na conclusão do artigo, seus autores destacam: “O controle efetivo sobre os riscos representados pelo amianto requer a proibição da extração, do transporte, da industrialização, da comercialização e da utilização do amianto, em todas suas formas, no território brasileiro. Haverá quem defenda a continuidade das exportações, sob o argumento de o país continuar contando com preciosas divisas (as exportações de amianto pela Sama somam US$ 50 milhões/ano). Mas é imperioso destacar que o Brasil exporta amianto para países periféricos, colocando em risco a vida de milhões de pessoas. A ignorância acerca dos malefícios fatais do amianto em um contexto em que as condições de trabalho são extremamente precárias cobrará seu preço, mas esta conta não será paga pelos beneficiários deste pujante mercado macabro.”
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