O concurso de iluminação Lighting Design Awards 2014 aconteceu no dia 20 de março, em Londres, e premiou na categoria International Projects – Interiors, o renomado Maurice Brill Lighting Design (MBLD) pelo projeto luminotécnico do Centro Cultural Heydar Aliyev (Baku, Azerbeijão), do escritório de arquitetura Zaha Hadid Architects (ZHA). Um projeto que envolve dois dos melhores nomes em seus segmentos – arquitetura e iluminação- só poderia resultar em boas premiações.
O complexo de oito andares do Centro Cultural Heydar Aliyev possui mais de 100 mil m² e compreende um museu, uma biblioteca nacional, um auditório e centro de conferências com capacidade para 1.200 assentos, um centro de imprensa e uma sala de reuniões. Contrastando com a arquitetura local – rígida e monumental, fortemente influenciada pela antiga União Soviética – o centro cultural tem os traços característicos da arquiteta Zaha Hadid: uma fachada sinuosa, que se conecta a uma praça, destaca a relação contínua e fluida entre o exterior do prédio e o seu interior.
Conheça o projeto luminotécnico do Centro Cultural Heydar Aliyev que ganhou o Lighting Design Awards 2014
A iluminação do Centro Cultural Heydar Aliyev foi criteriosamente pensada para enfatizar o projeto arquitetônico. A iluminação tem um papel fundamental para diferenciar a leitura do prédio de dia e de noite. De dia, o volume da construção reflete luz, alterando a aparência do centro com o passar das horas e dependendo da perspectiva. O uso de painéis de vidro semirreflexivos permite vislumbrar o interior sem revelá-lo, aumentando a curiosidade de quem passa. À noite, a iluminação do interior escapa para o exterior, revelando o conteúdo interno, mantendo assim a fluidez entre o lado de fora e o lado de dentro.
Segundo Rob Honeywill, da MBLD, foi necessário fundir a iluminação interna com a arquitetura do prédio: “Estávamos determinados a encontrar uma solução que enriquecesse a fluidez natural da superfície que abraça o prédio – ideias convencionais de iluminação estavam aquém de criar um espaço que complementasse a arquitetura”.
Devido à estrutura do centro, todos os estudos de iluminação foram feitos em modelos 3D para que tanto a MBLD como a ZHA tivessem certeza de que todas as opções fossem exploradas. Foi através desses estudos que eles chegaram à conclusão de que usar a superfície do teto como um refletor secundário não apenas moldaria o teto, como também serviria para alcançar a iluminação necessária.
A solução foi então a criação de prateleiras de iluminação que pudessem ser montadas discretamente ao longo da fachada de vidro – cada uma contendo duas fileiras de lâmpadas refletoras assimétricas T5, assim como uma fileira interna de lâmpadas T5 para iluminar a prateleira. Cada fileira teria um circuito de 0-10V.
Para a iluminação do ambiente, fendas ocultas foram ajustadas à superfície do teto, de forma que expressassem a arquitetura da construção e ainda permitissem que a iluminação fosse integrada à estrutura curvilínea.
Com tantos detalhes tanto na parte arquitetônica quanto luminotécnica, não é a toa que o projeto levou mais de cinco anos para ser concretizado. O resultado foi a integração perfeita entre iluminação e arquitetura.