Um dos nomes mais importantes da arquitetura atual e primeira mulher a levar um Pritzker (2004), a arquiteta Zaha Hadid sempre presenteia o mundo com projetos arquitetônicos que evocam o caos da vida moderna, através de construções marcadas por múltiplas perspectivas e geometria fragmentada. O projeto arquitetônico de Zaha Hadid em universidade do Líbano não é diferente: seu escritório de arquitetura desenvolveu para a Universidade Americana de Beirute um prédio que se projeta sobre um pátio público com uma série de corredores elevados, minimizando assim o impacto da construção no local.
O Issam Fares Institute for Public Policy and International Affairs – Instituto Issam Fares para Políticas Públicas e Relações Internacionais – ou simplesmente IFI, foi projetado pelos arquitetos para servir como palco de debate de políticas públicas e decisões tomadas no mundo árabe, como temas ligados aos refugiados e às mudanças climáticas.
O projeto arquitetônico tem 3,000m² e teve metade de seu espaço elevado, a fim de preservar as vias e o paisagismo do projeto de arquitetura original da universidade, feito em 2002 pelo escritório americano Sasaki Associates.
Os arquitetos criaram assim uma espécie de praça pública, descrita por eles como “um fórum para troca de ideias”, um ponto de encontro para interação e diálogo no coração da universidade, cercado por árvores como figueiras e ciprestes, que têm entre 120 e 180 anos de idade.
Segundo o escritório de arquitetura de Zaha Hadid, “o prédio emerge da geometria dos caminhos cruzados como uma série de plataformas e espaços interconectados para pesquisa, engajamento e discurso”.
Assim como os demais prédios do campus, no IFI os arquitetos valorizaram o revestimento em concreto, utilizando dessa forma a tradição e expertise da região em trabalhar com concreto local. Cada parede é recortada com uma espécie de quadriláteros em curvas, muitos dos quais funcionam como janelas.
O projeto arquitetônico incluiu medidas passivas no design, aplicação de sistemas de alta eficiência e tecnologias de reciclagem da água que também minimizaram o impacto da construção.
Uma variação de sete metros no nível do terreno permitiu a criação de entradas em três pisos separadamente. No andar mais baixo, um auditório com capacidade para 100 lugares tem sua própria entrada, permitindo assim sediar grandes eventos e conferências sem perturbar a rotina da universidade.
O IFI ainda conta com uma sala de leitura e salas de pesquisas e de workshops, que ficam na parte do prédio projetada acima do pátio externo. Divisórias internas são feitas com vidro pigmentado para estimular a comunicação e a interação.
Os arquitetos também inseriram uma grande claraboia que ajuda a controlar a entrada da luminosidade natural, enquanto um terraço na cobertura protegido por paredes pode ser usado como lugar de descanso para funcionários e estudantes.
O instituto foi estabelecido como um espaço neutro, dinâmico, cívico e aberto onde pessoas com diferentes opiniões podem se expressar, se reunir e discutir os mais variados assuntos.
Projeto de arquitetura de Zaha Hadid
Ano: 2014
Local: Beirute, Líbano
Fotografias de Luke Hayes e Hufton + Crow